sábado, 22 de novembro de 2014

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Nexus 6 tem um LED de notificações escondido

Assim como nos Moto X de 2013 e de 2014, foi encontrado no Nexus 6 um LED RGB escondido sob a grade do alto-falante superior. O componente vem desativado por padrão, uma vez que esses aparelhos possuem ferramentas mais eficientes para mostrar notificações. Contudo, se você já conseguiu colocar suas mãos em um Nexus 6 e, por alguma razão, deseja ativar o tal LED, saiba é possível.
Uma discussão nos fóruns do XDA Developers recebeu uma postagem de um usuário chamado “andrewpmoore” explicando como o procedimento de ativação é realizado. Para isso funcionar, entretanto, é necessário ter um Nexus 6 com root. Depois de conseguir o acesso ao superusuário, é preciso mexer em algumas opções escondidas do phablet. Confira o procedimento completo aqui.
No caso do Moto X 2014, sabe-se da existência do LED porque um usuário flagrou seu smartphone acendendo o tal componente uma vez. Foi preciso esgotar a bateria completamente e, em seguida, plugar o aparelho na tomada. Não há informações sobre como usar essa função para notificações. Se você conhece algum método, não se esqueça de compartilhar com os demais leitores nos comentários.

sábado, 12 de julho de 2014

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Brasil cai diante da Laranja Mecânica e descepiciona mais uma vez milhões de brasileiros

Não foi o desastre da última terça-feira, mas passou bem perto. A Seleção voltou a sofrer uma pane técnica, tática e emocional, tomou dois gols em 16 minutos, o primeiro deles aos dois, e encenou o último ato da Copa em casa com mais uma derrota. Sem balançar a rede do adversário há 240 minutos na Copa do Mundo, a Holanda se aproveitou das falhas do Brasil e dos erros da arbitragem para fazer 3 a 0 e ficar com o terceiro lugar.
Dessa vez, o adversário abriu o placar antes mesmo da Seleção conseguir ter a posse da bola. Depois de apenas dois cortes de cabeça para a lateral e trocas de passes sem perder o domínio, a Holanda abriu o placar em pênalti mal marcado pelo árbitro argelino Djamel Haimoudi de Thiago Silva em Robben (a falta foi fora da área) e convertido por Van Persie. Ampliou aos 16, em rebatida errada de David Luiz que Blind converteu. E selou mais um vexame em verde-amarelo quando boa parte dos 68.034 torcedores presentes ao Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, gritava olé, aos 46 do segundo tempo, com Wijnaldum.

Agora, é mirar 2018. Até a Copa da Rússia, a Seleção precisa se reencontrar. Em setembro, joga dois amistosos nos Estados Unidos, contra Colômbia e Equador. Em outubro, dia 11, tem o desafio do Superclássico das Américas, no Estádio Ninho do Pássaro, em Pequim. O adversário é a Argentina, finalista do Mundial - que enfrenta a Alemanha, neste domingo, no Maracanã, às 16h (de Brasília).
No meio do caminho até a Copa de 2018, o Brasil tem de novo pela frente o sonho de conquistar a medalha de ouro dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, com uma equipe sub-23, podendo ser reforçada por três jogadores mais velhos. Chance e tanto para mais uma renovação, a mesma que não deu tão certo em 2014. Resta saber ainda se quem continua à frente do projeto na CBF é Felipão, muito questionado após os dois vexames finais no Mundial.
David Luiz Brasil x Holanda (Foto: Reuters)Caído, David Luiz é a imagem da seleção brasileira no fim da campanha da Copa (Foto: Reuters)
Falta de eficiência ofensiva, de novo
Escalada desde o início com Maxwell na lateral-esquerda e Jô no comando do ataque, nas vagas de Marcelo e Fred, a Seleção entrou em campo com um meio de campo povoado por três volantes: Luiz Gustavo, Paulinho e Ramires. Para o setor criativo, apenas Oscar. O resultado foi que a primeira finalização saiu apenas aos 20 minutos, quando o placar já marcava 2 a 0. O camisa 11 arriscou de fora da área, mas Cilessen não precisou se esforçar muito para fazer a defesa.
Do outro lado do campo, Luiz Gustavo sofreu com as arrancadas de Robben no primeiro tempo. Sem conseguir se achar em campo, a Seleção só voltou a assustar a Holanda mais uma vez, aos 37, quando o volante cruzou rasteiro na pequena área, David Luiz e Paulinho pularam, mas não alcançaram para completar.
Thiago Silva ouve Neymar jogo Brasil x Holanda (Foto: Reuters)Neymar e Hulk orientam o capitão Thiago Silva:
desencontro na seleção brasileira (Foto: Reuters)
Com Neymar lesionado no banco de reservas, dando força para os companheiros e até ajudando nas orientações, chamou a atenção de novo a falta de poder ofensivo da Seleção. Municiado novamente por chutões da defesa, o ataque foi nulo.
Na volta para o segundo tempo, Felipão trocou Luiz Gustavo por Fernandinho. Mas o volante pouco fez além de ser punido com um cartão amarelo logo aos oito minutos, por falta em Van Persie. O problema era tamanho que Scolari fez mais uma substituição no meio de campo, aos 11, tirando Paulinho e colocando Hernanes.
Ramires chegou perto de fazer o gol, aos 13, num chute de fora da área. O lance mostrou mais uma vez a falta de força do Brasil no ataque. Numa última tentativa, Felipão trocou o volante do Chelsea por Hulk. Mas, assim como Fred, o substituto Jô continuou recebendo poucas bolas.
Georginio Wijnaldum gol jogo Brasil x Holanda (Foto: Reuters)Wijnaldum comemora o terceiro gol da Holanda: desfecho de campanha (Foto: Reuters)
Aos 40, a paciência da torcida terminou de vez. Os gritos de olé começaram a ecoar. E a Holanda deu o golpe de misericórdia. Aos 45, Wijnaldum recebeu cruzamento da direita e, com muito espaço, finalizou de primeira. Foi o 14º gol sofrido pela Seleção na Copa, e Julio César ficou marcado como o goleiro brasileiro mais vazado em Mundiais, superando em três Taffarel, presente em 18 partidas em 1990, 94 e 98 - o atual titular ficou no banco em 2006 e disputou todas as 12 partidas em 2010 e 2014.
Ainda deu tempo para Van Gaal colocar em campo o segundo goleiro reserva, tirando o titular Cillessen e botando Vorm e completando pela primeira vez na história das Copas a utilização por uma seleção dos 23 jogadores convocados. Do lado do Brasil, Felipão só não deu chance a Victor e Jefferson.
Brasil derrota jogo Holanda (Foto: AP)Scolari acompanha os jogadores da Seleção para fora do campo após a derrota (Foto: AP)

quinta-feira, 3 de julho de 2014

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Felipão parte para o ataque, detona críticos e volta a provocar Van Gaal

Após eliminar o Chile no Mineirão, Luiz Felipe Scolari afirmou que o Brasil estava sendo "cordial demais" e prometeu retomar seu estilo "mais agressivo". Pois na véspera das quartas de final, contra o Colômbia, Felipão foi para o ataque em entrevista coletiva na Arena Castelão, em Fortaleza, nesta quinta-feira.
Praticamente todas as perguntas feitas foram interrompidas antes de serem concluídas. O treinador voltou a rebater informações do encontro reservado com seis jornalistas - a quem Felipão chamou de "meus amigos" - na última semana, na Granja Comary. Na ocasião, foi revelado o desejo do treinador de trocar um dos 23 convocados. A princípio, Felipão concordou, para, logo em seguida, tentar contextualizar.
- Sim... Não, não trocaria. Não foi isso que eu disse. O que eu disse é que, neste momento da competição, se eu pudesse acrescentar um jogador com características para mudar o time, eu faria. Se você perguntar, todos os técnicos da Copa gostariam de fazer essa mudança. Mas porque seria no quinto jogo. Se fosse noprimeiro jogo não haveria esse desejo de mudança. E claro que para acrescentar uma peça eu teria que tirar outra.
As respostas mais duras foram contra os que criticaram o estado de nervos da seleção brasileira.
- Vocês estão errados nas interpretações. Parem de achar que [Regina Brandão, psicóloga], só vai lá em determinada hora. Nós vamos passar, e ela vai lá de novo, no domingo ou na segunda. Está tudo planejado. Eu vejo que escrevem maldades, que alguns colegas psicólogos se aproveitam da situação. 
O técnico ironizou os outros jornalistas que não foram convidados por ele para uma conversa privada na Granja Comary no início da semana.
- Não tenho como descer para conversar comtodo mundo. Tem alguns que são mais meus amigos, gosto mais, e vou fazer isso, como fazia em 2002 no Japão, sentava com 7, 8 ou 10 e conversava. Quem não foi convidado é porque quem sabe eu não goste tanto ou porque eu não queria conversar. Não pode existir ciúme de homem, pelo amor de Deus, é brabo!
Em outro momento, Felipão afirmou que "adorou" a conversa e que gostaria de repetir a experiência depois que eliminar a Colômbia nas quartas de final - mas agora com jornalistas mulheres.

- Só mulher agora, chega de homem! No sábado ou no domingo, estão convidadas, vão sentar comigo e dizer a perspectiva das mulheres. Sempre fiz isso. Eu vou fazer as coisas do meu jeito. Não gostou? Vai para o inferno.
O técnico da Seleção Brasileira voltou a cutucar seu colega da Holanda, Louis Van Gaal, que na primeira fase havia afirmado que o Brasil "podia escolher o rival" das oitavas de final. Numa longa resposta sobre os jogos equilibrados da Copa, Felipão disparou:

- Cinco das oitavas de final terminaram na prorrogação ou nos pênaltis. E um deles não foi porque o time dele, do senhor que disse ter um complô para o Brasil, foi ajudado - afirmou.
Era uma clara referência ao pênalti marcado sobre Robben na partida entre México e Holanda, que venceu por 2 a 1 graças a este gol, convertido nos instantes finais da partida.
FRAME - Felipão Scolari Brasil coletiva (Foto: Globoesporte.com)Felipão com a expressão contraída durante a entrevista coletiva: treinador rebate as críticas (Foto: Globoesporte.com)

Sobrou até uma farpa para Mano Menezes, seu antecessor no cargo de técnico da seleção brasileira.
- O Thiago Silva falou para mim; "O jogo que nós empatamos, lá nos Estados Unidos…". Mas eu não joguei contra esse time! Não era eu o técnico! Lá foi 1 a 1. Eu não era o técnico, o que posso falar por mim é que gosto de ver a Colômbia, qualidade técnica, nada diferente do meu time.
Momentos mais tarde, questionado se o Brasil mantinha a condição de favorito levantada pelocoordenador técnico Carlos Alberto Parreira antes da Copa, foi enfático:
- Continua (com a mão na taça). Os jogadores continuam com o mesmo discurso. O Parreira foi muito feliz naquelas declarações e segue tudo igual. Estamos no quinto passo. São sete. Conversei com o Paulinho, e ele me garantiu que não tem problema nenhum com pressão. Eles estão acostumados.

sábado, 28 de junho de 2014

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Brasil vence chile nos penaltis e se classifica para a próxima fase da copa

Quatro palavras, separadas em duas frases, resumem o que aconteceu neste sábado à tarde no Mineirão. Primeiro, o que Julio César disse a Thiago Silva, instantes antes de o Brasil eliminar o Chile nas cobranças de pênalti, por 3 a 2, após empate por 1 a 1 até o fim da prorrogação, e avançar para as quartas de final da Copa do Mundo. Disse o camisa 12 ao capitão:
- Vou pegar.
E pegou. Julio César defendeu a cobrança de Pinilla, que chutou forte, mas no meio do gol. E em seguida espalmou o chute de Alexis Sánchez. Não precisou pegar o chute de Jara, que explodiu na trave e fez explodir o Mineirão. David Luiz, Marcelo e Neymar marcaram, Willian e Hulk perderam.
Julio Cesar Alexis Sanchez brasil x chile (Foto: AP)Julio César defende a cobrança de Alexis Sánchez: goleiro conduz a Seleção às quartas de final (Foto: AP)
A segunda frase que explica o jogo nasceu no meio da prorrogação, no auge da agonia, no ápice do sofrimento, quando quase não se respirava nas arquibancadas e mal se pensava em campo. O Brasil sofria e fazia sofrer.
- Eu acredito!
Foi tamanho o nervosismo, o sofrimento, que o Mineirão tratou de apelar para um grito jamais ouvido em partidas do Brasil. E a Seleção lá é time no qual é preciso declarar fé?
Neste sábado, foi preciso. Não poderia estar mais certo Luiz Felipe Scolari, quando previu que o Chile seria o adversário mais difícil possível para o Brasil nas oitavas.
Julio Cesar Jara brasil x chile (Foto: AP)Julio César pula e recebe o abraço dos jogadores após a última cobrança: herói no final (Foto: AP)
O Chile de 2014 nada tem a ver com o de 1962, 1998 ou 2010 - aqueles a quem o Brasil destroçou quando cruzou nas Copas do Mundo. A equipe treinada pelo argentino Jorge Sampaoli joga, pensa, cria problemas, enquadra Neymar, faz sofrer.
O retrospecto não entra em campo, como insistiram Felipão e seus jogadores desde que ficou definido que o confronto das oitavas de final da Copa do Mundo seria contra os fregueses. Brasil e Chile fizeram um jogo de nervos - com algum futebol no meio. O "Mineirazo" esteve sempre à espreita. Mas Julio Cesar avisou:
- Vou pegar.
O Mineirão devolveu:
- O campeão voltou.
Na próxima sexta-feira, na Arena Castelão, o Brasil enfrenta nas quartas de final o vencedor de Uruguai e Colômbia, adversários no fim da tarde deste sábado, no Maracanã. Joga sem Luiz Gustavo, suspenso pelo segundo cartão amarelo, e com Neymar, Daniel Alves, Thiago Silva, Hulk e os reservas Jô e Ramires pendurados.
Felipão Scolari comemora enquanto Neymar chora brasil e chile mineirão (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Felipão vibra, Neymar e Thiago Silva choram: alegria sofrida (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Desequilíbrio na sombra
A sombra numa faixa de gramado do Mineirão no primeiro tempo era só uma coincidência, mas o fato é que só se jogava por ali. Marcelo era o jogador mais acionado quando o Brasil tinha a bola - e o mais incomodado quando o Chile tomava as ações.
Daniel Alves colaborou para esse desequilíbrio. O lateral direito perdeu uma bola ao sair jogando, nos lances iniciais da partida, e ofereceu um contra-ataque perigoso ao Chile. Desde então, o campo se inclinou para o outro lado. O camisa 2 só voltou a aparecer a três minutos do fim do primeiro tempo, ao arriscar um chute de fora da área que obrigou Bravo fazer linda defesa.
David Luiz Gol Brasil e Chile (Foto: Agência AP)Jara desvia de chilena, bola raspa na barriga de David Luiz e vai para o gol (Foto: Agência AP)
Foi de um ataque pela esquerda que surgiu o escanteio que Neymar cobrou na cabeça de Thiago Silva. O capitão desviou no meio da área, e David Luiz entrou com Jara na segunda trave. A bola foi para a rede, desviada de chilena por Jara, mas o gol foi dado para o camisa 4, em quem a bola raspou por último, de leve, na barriga. Primeiro gol dele com a camisa amarela, o único titular que ainda não tinha marcado pela Seleção. E como gritou David Luiz, e como gritou o Mineirão.
Brasil x Chile - David Luiz  (Foto: Getty Images)David Luiz agradece ao céu pelo primeiro gol pela seleção brasileira (Foto: Getty Images)
O gol deixou o Brasil à vontade para jogar no contra-ataque. O time de Felipão desistiu de marcar por pressão, recuou suas linhas, esperou o Chile e sempre esteve mais perto de marcar o segundo do que sofrer o empate. Fred tentou, Neymar tentou, Hulk tentou - do setor ofensivo, só Oscar não arriscou contra o gol chileno.
O adversário tinha mais posse de bola - 57% a 43% de posse no primeiro tempo - mas a marcação brasileira funcionava. Vidal, que ameaçara uma atuação brilhante nos minutos iniciais, caiu num buraco negro em algum lugar entre David Luiz e Marcelo e dali não saiu. Alexis tinha que ir até a defesa para tentar alguma coisa diferente, Vargas mal via a bola.
Tanto conforto em campo se transformou em desatenção. Hulk devolveu mal um lateral cobrado por Marcelo, a bola sobrou limpa para Alexis, que venceu Julio Cesar com um chute cruzado, preciso, rasteiro: 1 a 1. O Mineirão calou - com exceção das pequenas manchas vermelhas nas arquibancadas.
Alexis Sanchez comemora gol do chile contra o Brasil (Foto: Agência Reuters)Alexis Sánchez salta para comemorar o gol diante da massa amarela e um chileno (Foto: Agência Reuters)
Jogo bruto
O Brasil voltou a tomar a iniciativa no segundo tempo. O Mineirão cantava o hino, os de pé cobravam os sentados: "Levanta!". E o time de Scolari lutava. Como na maior parte do primeiro tempo, era um jogo sujo, bruto, com mais divididas do que troca de passes, com mais faltas do que finalizações.
Hulk chegou a desempatar, mas foi flagrado por Webb dominando no braço o lançamento de Marcelo (assista ao lance no vídeo ao lado). Gol bem anulado. O Chile devolveu com uma linda tabela pela direita. Aranguiz acertou disparo de dentro da área, Julio César fez uma defesa espetacular, no contrapé. E deu pistas de que estava ali para salvar mesmo.
Felipão mexeu: trocou Fernandinho por Ramires e Fred por Jô. O Brasil agora tinha mais a bola, mas não ideias. Hulk obrigou Bravo a trabalhar, Jô furou diante do goleiro batido em cruzamento rasteiro. Quando conseguia sair das cordas, o Chile incomodava - mas finalizava mal. Depois de 16 anos, o Brasil voltou a uma prorrogação na Copa, sua sexta na história do torneio.
Cansaço psicológico
Acabou o segundo tempo, com toda uma prorrogação a disputar, dois tempos de 15 minutos que decidiriam o futuro do Brasil na Copa do Mundo. Um a um, os brasileiros caíram. Fred, substituído por Jô, entrou em campo com garrafas d'água. Enquanto isso, os chilenos se abraçaram, todos de pé. Fizeram uma rodinha, como se houvesse todo um jogo pela frente. Neymar se ajoelhou, escondeu a cabeça entre os braços, Thiago Silva parecia exausto.
Felipão scolari brasil e Chile Mineirão (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Felipão conversa com os jogadores do Brasil antes da prorrogação (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Hulk foi a exceção. O camisa 7 atravessou o campo com a bola dominada, cavou falta. Parecia querer se redimir da bobeada no gol chileno. Em seguida, cortou o campo em diagonal outra vez e chutou de longe, com força, para outra boa defesa de Bravo. Foi o mais lúcido do ataque brasileiro, que, no mais, não criou. O Chile fez pouco, pareciam eles os exaustos na prorrogação. Felipão trocou Oscar por Willian, na última substituição.
Com a respiração presa, o Mineirão assistiu a um festival de cruzamentos sem perigo, passes errados, faltas e jogadores chilenos caídos no segundo tempo. Num contra-ataque, quando os relógios do estádio mostravam 119 minutos e 40 segundos jogados, Pinilla acertou uma bomba no travessão de Julio César. Último susto antes do capítulo final nos pênaltis.
Com câimbras desde antes do apito final, Neymar desabou. Na preparação para as cobranças, o veterano Julio César expôs a tensão brasileira e chegou a derramar lágrimas. Prenúncio da emoção que ainda teria que vivenciar na partida.
David Luiz iniciou a série acertando com força no canto. A mesma firmeza com que Julio César defendeu a cobrança de Pinilla. Em seguida, Willian chutou para fora, apesar de deslocar o goleiro. Mas o camisa 12 brasileiro salvou outra, parando Alexis Sánchez. Marcelo converteu, com leve desvio de Bravo. Aranguíz encheu o pé e balançou a rede no ângulo. Hulk também bateu forte, mas o 1 chileno tirou com o pé. Díaz igualou para 2 a 2 em seguida.
Julio Cesar Jara brasil x chile (Foto: Reuters)Julio César pula no canto certo, e a bola bate na trave: sorte ajuda ao competente (Foto: Reuters)
Depois de dois erros e dois acertos para cada lado, chegou a hora decisiva. Neymar fez o dele. E ficou para Julio César a decisão. Diante do autor do gol contra marcado oficialmente para David Luiz, o goleiro não acertou o canto, mas a trave parou Jara. Além de saber sofrer, é preciso ter sorte.
Luiz Felipe Scolari Felipão  Neymar brasil x chile (Foto: Marcos Ribolli)

quinta-feira, 19 de junho de 2014

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Em jogão Japão e Grécia fica no 0 a 0

O empate em 0 a 0 entre Grécia e Japão nesta quinta-feira, na Arena das Dunas, deixou as duas seleções em situação difícil no Grupo C da Copa do Mundo – 39.485 torcedores compareceram ao estádio em Natal. Com apenas um ponto somado em dois jogos, as equipes veem suas chances de classificação às oitavas de final divididas nos dois derradeiros jogos da chave. Os japoneses precisam vencer a Colômbia e torcer para que aCosta do Marfim não vença a seleção helênica. Assim, a segunda vaga seria decidida no critério de desempate. Os gregos precisam derrotar os marfinenses e torcer por um empate ou uma vitória dos colombianos diante do time nipônico.
Os resultados desta quinta-feira já asseguraram à Colômbia uma das duas vagas do grupo –mais cedo, no Mané Garrincha, em Brasília, os sul-americanos bateram os africanos por 2 a 1 e, com seis pontos ganhos, têm pelo menos o segundo lugar garantido. A terceira e última rodada acontece na próxima terça-feira, dia 24, às 16h (de Brasília). Colômbia e Japão se enfrentam na Arena Pantanal, em Cuiabá, e Grécia e Costa do Marfim entram em campo na Arena Castelão, em Fortaleza.
Japão domina, Grécia reage com um a menos
O jogo começou com o Japão comandando as ações de ataque e criando a primeira boa jogada com menos de dois minutos. Okubo passou por Cholevas, entrou na área e cruzou para Osako, que chutou em cima da marcação. Os gregos responderam em seguida, aos quatro, quando Mitroglou recebeu na área e chutou prensado com a zaga, facilitando a defesa de Kawashima. Mais bem organizados taticamente, os japoneses tocavam melhor a bola, principalmente Honda e Okubo, e aos poucos se aproximavam da área adversária. A Grécia, por sua vez, tinha problemas em fazer a ligação entre o meio do campo e o ataque. Tentava carregar a bola em vez de tocá-la em velocidade, facilitando a marcação japonesa, cuja defesa levava a melhor na maioria das disputas.
No primeiro contra-ataque bem executado pela Grécia, aos 10, Kone recebeu em velocidade no meio, avançou e chutou forte de fora da área. Kawashima defendeu sem dificuldade. A seleção helênica não mostrava jogadas ensaiadas, avançava apenas em jogadas individuais, enquanto o Japão mantinha a postura tática e ia em bloco à frente, tocando a bola com rapidez. No entanto, esbarrava na sólida defesa grega na hora de definir as jogadas. Percebendo a dificuldade de penetrar tocando a bola, os japoneses passaram a buscar os chutes de fora da área. Aos 18, Okubo tentou, e Karnezis fez boa defesa.
 Kostas Katsouranis jogo Japão x Grécia (Foto: Reuters)Já tinha amarelo: capitão da Grécia, Katsouranis é expulso após falta em Hasebe (Foto: Reuters)
O mesmo Osako fez bela jogada individual pela esquerda, aos 20, e da entrada área chutou com categoria. A bola saiu à esquerda do goleiro grego, levantando a torcida japonesa, que fazia bela festa. Em cobrança de falta aos 27, Honda obrigou Karnezis a fazer boa defesa. Os japoneses jogavam melhor, mas não traduziam em gols sua superioridade. Os gregos jogavam na defesa, fiéis ao seu estilo, e buscando os contra-ataques, principalmente com Kone, o único jogador que buscava atuar em velocidade. Aos 32, Okubo cabeceou por cima do gol a bola cruzada por Nagatomo.
Os japoneses mantinham o domínio das ações ofensivas. Capitão da Grécia, Katsouranis recebeu o segundo cartão amarelo por falta dura em Hasebe, aos 37, e acabou expulso. A partir daí, ao contrário do que se poderia esperar, os gregos passaram a levar perigo ao gol japonês e conseguiram a sua melhor oportunidade. Torosidis completou de fora da área para excelente defesa de Kawashima. Nervosos, os helênicos reclamavam da arbitragem e pressionavam Joel Aguilar a cada lance faltoso contra sua equipe. Mesmo com a melhora ofensiva dos europeus, a partida foi para o intervalo com os dois zeros no placar.
Praticamente um ataque japonês x defesa grega
O segundo tempo começou com Samaras tentando surpreender o goleiro Kawashima logo na saída de bola, mas o chute do meio do campo acabou indo para fora. O Japão continuava a tocar a bola e buscar o ataque em bloco, e os gregos, nervosos em campo, perdiam muito tempo reclamando com o árbitro. Mesmo o técnico Fernando Santos chegou a levantar-se do banco e correr em direção ao auxiliar por conta de um lateral que achou ter sido apontado erradamente para o adversário.
Enquanto os europeus mantinham a postura defensiva tradicional, o Japão mostrava mais vocação para o ataque, com o time postado para os contra-ataques sempre que roubava a bola. Honda e Okubo se apresentavam imediatamente nas laterais para tentar surpreender os adversários. Aos 11, o técnico Alberto Zaccheroni substituiu o atacante Osako pelo astro Kagawa, arrancando aplausos e gritos da torcida japonesa, que tinha o apoio dos brasileiros. A mudança visava a dar mais poder de conclusão ao time, que pecava exatamente na finalização das jogadas. Mas foi o adversário que ameaçou o gol dos japoneses, três minutos depois. Após cobrança de escanteio pela direita, Gekas cabeceou para bela defesa de Kawashima.
Yoshito Okubo jogo Japão x Grécia (Foto: EFE)Okubo lamenta um dos gols perdidos pelo Japão contra a Grécia (Foto: EFE)
Apostando na velocidade, o Japão quase abriu o placar. Em contra-ataque pelo meio, aos 21, Honda lançou Uchida na grande área. O lateral cruzou de primeira para Okubo, que, no bico da pequena área, chutou por cima. Com um homem a mais em campo, os nipônicos começavam a dominar o jogo, diante de uma Grécia desgastada fisicamente. Aos 26, após cruzamento na área e a perda da bola por Okazaki, Uchida apareceu livre e chutou para fora, na melhor chance de sua seleção até então. Nos últimos 15 minutos de jogo, a Grécia se preocupava mais em defender e evitar a derrota, dando espaço para o Japão avançar em seu campo. Aos 31, de fora da área, Okubo obrigou Karnezis a fazer uma bela defesa.
Os gregos buscavam ameaçar nas bolas paradas e, aos 35, após escanteio cobrado por Karagounis, Samaras, na risca da pequena área, cabeceou para fora. O Japão voltou a pressionar, e o clima esquentou em campo. Maniatis e Yoshida trocaram empurrões na linha lateral após uma disputa de bola. Os japoneses sabiam que tinham mais chances de sair com a vitória, pela superioridade numérica, mas não conseguiam furar o bloqueio grego. Aos 39, em jogada pela esquerda da grande área, Nagatomo chutou forte, e a bola bateu na cabeça de Yoshida, de frente para o gol, indo para fora.
A Grécia recuou ainda mais após desperdiçar uma grande chance de gol em chute de Gekas defendido por Kawashima, e o Japão se lançou de vez ao ataque, quase fazendo o gol da vitória aos 44, em bela cobrança de falta de Endo. Karnezis mergulhou e fez linda defesa no canto esquerdo. Os japoneses ainda mantiveram a posse de bola no campo rival, mas a pressão não surtiu efeito. O empate sem gols acabou sendo prejudicial para ambos, e os jogadores deixaram o campo cabisbaixos, cientes de que a classificação depende também do que acontecer no outro jogo da chave.
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Com bela apresentação de Luis Suárez Uruguai vence Inglaterra e mantem-se vivo na Copa

faixa estendida nas cadeiras da Arena Corinthians era para ser de pura provocação aos ingleses. Virou doce premonição aos uruguaios. Numa paródia do hino da Inglaterra, dizia “Deus salve… o Rei”. No caso, Luis Suárez. O herói, o salvador, o santo. Na tarde desta quinta-feira, o camisa 9 simbolizava tudo isso e um pouco mais para uma nação de 3 milhões de apaixonados. Ele não desapontou. Renasceu sobre o joelho esquerdo operado há 29 dias. Colocou nele toda a força para, em dois golpes certeiros, destronar o time da Rainha. Inclusive ofuscou Rooney, que marcou seu primeiro gol em Mundiais. O 2 a 1 foi suficiente para também resgatar o Uruguai de uma eliminação quase certa a uma possível classificação no Grupo D da Copa do Mundo. Bendita faixa… Deus salvou Suárez, que salvou o Uruguai. O fantasma de 1950 despertou outra vez.

Suárez marcou duas vezes no mesmo minuto. Nos 39 de cada tempo. Um enredo divino, como fora o passe de Cavani para o primeiro tento. No segundo, Luisito fez quase tudo sozinho após balão do milagreiro Muslera. Pobre Rooney, não conseguiu o brilho que a quebra do jejum pessoal merecia.
A tabela volta a sorrir aos uruguaios. Após perder para a Costa Rica, coleciona três pontos. A Inglaterra segue zerada. Na sexta, o Grupo D complementa a segunda rodada com o confronto entre Costa Rica e Itália. Nenhuma das equipes está eliminada. Mas os ingleses precisam torcer pelos italianos e golear a Costa Rica na rodada final, que será na terça.
Suarez gol Uruguai x Inglaterra (Foto: AP)
Nem parecia que Uruguai e Inglaterra haviam perdido na estreia e diminuído suas chances de classificação. A festa dos torcedores nos arredores de Itaquera e no interior da Arena Corinthians foi digna de final de Copa. Os charruas, como de costume, foram mais balhurentos, pareciam multiplicar as vozes já roucas de tanto gritar “Soy Celeste”. Mais do que isso, deliraram com a escalação nos telões, que estamparam o rosto dele, de Luis Suárez. Além dele, entraram Giménez, na vaga do lesionado Lugano, Álvaro Pereira, em substituição ao suspenso Maxi Pereira, e as alterações de ordem técnica, com os ingressos de Álvaro González e Lodeiro no meio-campo.
A Inglaterra não mudou em relação à derrota para a Itália. Só recuou Rooney. Mas o alvo da torcida inglesa não era o seu astro. Todos queriam apupar Suárez. Vaias se avolumaram a cada toque na bola do atacante do Liverpool, companheiro de clube de cinco titulares do time de Roy Hodgson. Haja garganta. Porque Suárez tocou muito na bola. Ele cobrava escanteios, faltas, puxava contragolpes…
faixa rei luis suarez uruguai arena corinhtians (Foto: Lucas Rizzatti)Faixa em homenagem a Suáraz com provocação
ao hino da Inglaterra (Foto: Lucas Rizzatti)
Em dois desses escanteios, Suárez quase aprontou. Primeiro, aos três minutos, em que a cobrança na primeira trave quase se transformou em gol olímpico. Mais tarde, aos 26, mudou a tática e bateu o escanteio rasteiro para a marca penal. Cavani emendou de primeira, sobre o poste. Suárez é assim. Imprevisível como todo craque. Mas ele tinha algo a mais. Uma fome a mais. Não aquela fome que o fez morder um adversário do Chelsea na Premier League. Fome de gol. Afinal, quase perdera a Copa pela lesão no joelho.
O único que parecia capaz de desvirtuar o destino redentor de Suárez era Rooney. Entrou em seu nono jogo de Mundial em busca de seu primeiro gol. Em cobrança de falta, deixou Muslera estático e arrancou “uuhhhh” sem fim da torcida. Em outra bola parada, aparou de cabeça um escanteio, na pequena área. A finalização explodiu no travessão.
Mas o destino já tinha seu roteiro para a tarde cinza e fria desta quinta, na Arena Corinthians. Porque, desta vez, Deus está salvando Suárez. E, por tabela, o Uruguai. Em contragolpe perfeito, Lodeiro oferece a bola a Cavani. O atacante do Paris Saint-Germain fez menção de chutar. Como que por força divina, desistiu. Ergueu os olhos sob a cabeleira e alçou com maestria para Suárez. Aos 39 minutos, Luisito voltava a sorrir como não fazia há 29 dias.
Estava tão ansioso em marcar que, após golpear de cabeça e vencer Hart, nem esperou a bola roçar a rede. Misturou todas as comemorações numa só. Emendou com os dedos alguns tiros de revólver por seu apelido “Pistoleiro”, depois beijou a aliança de casado, levou as mãos ao rosto, deitou-se no chão, apontou para o fisioterapeuta Walter Ferreira. Fez de tudo. Chorou. Nada que qualquer outro uruguaio não estivesse fazendo naquele momento. Ao mesmo tempo, Suárez era o cara, mas também era mais um.
Suarez gol Uruguai x Inglaterra (Foto: Reuters)Suárez e a cabeçada certeira para abrir o placar na Arena Corinthians, em São Paulo (Foto: Reuters)
O início do segundo tempo foi avassalador. Parecia que todos os jogadores do Uruguai eram um pouco Suárez. Foram quatro chances claras em seis minutos. Uma delas, com o próprio camisa 9, que se precipitou em chutou para longe. Cavani, no entanto, foi quem errou mais. Após belo passe de González, ficou cara a cara com Hart e colocou com defeito.
A Inglaterra deu o troco logo depois. Em cruzamento rasteiro para a área, a bola se ofereceu a Rooney, sozinho. Melhor que um pênalti. Não melhor que Muslera. Milagre na Arena Corinthians, que chegou a ouvir em certos momentos o grito do dono do estádio: “Timão, êô, Timão êô”...
Rooney gol Uruguai x Inglaterra (Foto: Reuters)Rooney faz primeiro gol em Copas (Foto: Reuters)
Que foi cortado pelos urros ingleses, pedindo pênalti - que não houve - em Sterling. A trupe da terra da Rainha também reclamou do tempo de atendimento a Muslera. Mas em nada poderia se enervar com a parada para atender Álvaro Pereira, que levou uma joelhada no rosto, aos 15 minutos. Ao saber que seria substituído, levantou o dedo, em sinal negativo em direção ao cuidadoso médico Alberto Pan. E não saiu. Em questão de minutos, já estava cabeceando a bola na aplicada defesa charrua.
O esforço de Pereira só não foi maior que a insistência de Rooney. Após três tentativas fracassadas, enfim o camisa 10 conseguiu marcar seu primeiro gol em Copas. Justamente no décimo jogo. Com o gol vazio, completou passe de carrinho de Johnson: 1 a 1. Assim como Suárez, Rooney estava com aquele momento mágico entalado. Faltava tempo para o tanto que queria extravasar. Agradeceu aos céus, sorriu, acabou soterrado de abraços. A massa de branco atrás da meta de Muslera daria tudo para fazer o mesmo. Abraçar Rooney.
Mas quem abraça por último… o faz bem melhor. Suárez não deixaria o protagonismo sair de seu colo. Aninhou no pé direito um balão de Muslera. Porque Suárez não está só comungado com forças divinas. Também é Rei. Tocou, virou ouro. E, mansa, a bola saiu como um foguete para balançar a rede de Hart. Golaço, choro e redenção. Tudo que um uruguaio gosta.
Luis Suarez comemoração Uruguai contra Inglaterra (Foto: Reuters)Êxtase geral da equipe uruguaia com o gol de Suárez que decidiu a vitória celeste (Foto: Reuters)